quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

1983 - Cadáver Pega Fogo Durante o Velório


Cadáver Pega Fogo Durante o Velório é um disco de samba com composições de Fernando Pellon e interpretadas por ele e essa galera que vocês estão vendo na capa. 

Lançado em tempos de Ditadura Militar, esse álbum traz como mote toda sorte de desgraça que acontece no cotidiano urbano, desde atropelamento (Carne Jantar), suicídio (Com todas as letras), lepra (Vã Esperança), entre outros. Para que se possa ter uma idéia, a primeira frase que se ouve no disco é "Quando eu soube que estava canceroso...". Trata-se, entretanto, de uma obra muito bela, onde toda essa desgraceira consegue ser descrita de forma poética e irônica, sem soar forçado. Musicalmente, não há grandes inovações, é um samba bem de boa, com arranjos bons de se ouvir, uma variação boa de instrumentos por música, o que torna o som interessante.

Minha faixa preferida é "Tal como Nazareth", em que o autor faz um paralelo entre o sofrimento do eu-lírico e a vida do pianista Ernesto Nazareth, além de trazer um piano muito bonito, claramente inspirado nele.

É legal também dar uma lida na capa e na contracapa do disco, principalmente o texto de apresentação, que há na parte inferior da capa.

Enfim, vale muito a pena baixá-lo. Quem curte um climazão meio anos 20, cercado de boemia, decadência, samba e patologias, tá em casa com esse disco. Quem não curte, vai começar a gostar, pra deixar de ser besta.

ou quase isso.


1 - Porta Afora - (Fernando Pellon)
2 - Altivez - (Sinval Silva)
3 - Com Todas as Letras - (Paulinho Lemos)
4 - Carne no Jantar - (Nadinho da Ilha)
5 - Cicatrizes - (Fernando Pellon)
6 - Tal Como Nazareth - (Paulinho Lemos)
7 - Va Esperanca - (Fernando Pellon)
8 - Prazer Qualquer - (Cristina Buarque)
9 - Flores de Plastico ao Amanhece - (Nadinho da Ilha)

Disfarça e olha


aperitivo:

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A Cor do Som - 1978 - Live in Montreux



Sem dúvida, um dos melhores discos que conheci recentemente, "Live in Montreux", como o próprio nome já sugere, consiste na genial apresentação da Cor do Som no Montreux Jazz Festival, na Suíça, maior e mais conhecido festival do gênero. E digo genial, porque o que se ouve é um som muito bem trabalhado e executado, que mistura ritmos baianos, frevo etc ao rock da época, utilizando-se de instrumentos elétrico, como guitarras, sintetizadores, além da já característica guitarra baiana de armandinho. Som muito doido, estigado, em alguns momentos parece uma mistura de Emerson, Lake and Palmer e Hermeto Pascoal, pra deixar muito suíço de cara. hehe


As quatro primeiras são as melhores, com destaque pra Arpoador, que é, com certeza, a melhor do álbum. As últimas são boas também, mas não se destacam tanto. A versão de Eleanor Rigby eu acho paia, curti não.

Tive o prazer de ter esse vinil em mãos agora em setembro, quando o mago voltou de santa catarina, duas semanas após eu me mudar pro Água Azul, onde dividimos apartamento por pouco tempo e rolou muita coisa....boa, ruim, calma, agitada, simples, complexa etc, muita viagem. 

Como saí de lá hoje e o mago sai também já já, o post é em homenagem ao apto 404, bloco 7, que teve muito rock e muita arriação de lombra embalada por esse disco.

é isso. ou quase.

1. Dança Saci (Mu)
2. Chegando da Terra (Armandinho)
3. Arpoador (Armandinho / Dadi / Gustavo / Mu)
4. Cochabamba (Moraes Moreira / Aroldo)
5. Brejeiro (Ernesto Nazareth)
6. Espírito Infantil (Mu)
7. Festa na Rua (Mu / Dadi / Armandinho / Aroldo)
8. Eleanor Rigby (Lennon / McCartney)


Mú: teclado
Dadi: baixo
Armandinho: guitarra baiana
Aroldo: guitarra baiana
Gustavo: bateria
Ary: percussão







quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Raul Seixas - 1970 - Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10





Álbum creditado ao Raulzito, "Sessão das 10", na verdade, é um trabalho cujas composições são do Maluco Beleza com Sérgio Sampaio, mas executado por eles, Edy Star e Miriam Batucada.

Bem diferente das músicas que tornariam Raul Seixas nacionalmente conhecido, este disco traz duas claras influências, tanto em forma, quanto em conteúdo, que são os álbuns Freak Out (1966) e Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967), sendo estas influências traduzidas em uma linguagem musical de muita brasilidade, com uma levada que passa pelo samba, baião, choro, entre outros. Percebe-se, também, em sua forma despojada e arriativa, uma semelhança com os maluco da tropicália (que, inclusive, também são alvo de sua sátira, em músicas como "Eu vou botar pra ferver" e "Eu não quero dizer nada"), bem como com o já citado Frank Zappa. 

Enfim, é um álbum que, além de carregar muita seqüela musical, é acessível, bem humorado e agradável de se ouvir.

ou quase isso.

  1. "Êta Vida" - Cantam: Raul Seixas e Sérgio Sampaio
  2. "Sessão das Dez" - Canta: Edy Star
  3. "Eu Vou Botar Pra Ferver" - Cantam: Sérgio Sampaio e Raul Seixas
  4. "Eu Acho Graça" - Canta: Sérgio Sampaio
  5. "Chorinho Inconsequente" - Canta: Miriam Batucada
  6. "Quero Ir" - Cantam: Raul Seixas e Sérgio Sampaio
  7. "Soul Tabarôa" - Canta: Miriam Batucada
  8. "Todo Mundo Está Feliz" - Canta: Sérgio Sampaio
  9. "Aos Trancos E Barrancos" - Canta: Raul Seixas
  10. "Eu Não Quero Dizer Nada" - Canta: Edy Star
  11. "Dr. Paxeco" - Canta: Raul Seixas
  12. "Finale" – Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Edy Star* e Miriam Batucada





Pra quem quiser sacar algumas músicas antes...










    sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

    Eduardo Marinho

    Então, hoje né disco, não...


    Tava vendo esse vídeo com o mago e, pode crer, é bem interessante o que esse cara fala. Vale a pena tirar dez minutos pra assistir. quem não tiver paciência pra isso, fume um e deixe de sua brabeza.



    sábado, 4 de dezembro de 2010

    Novos Baianos - 1971 - No Final do Juízo



    Um dos melhores álbuns dos Novos Baianos que, infelizmente, não foi lançado como álbum oficial e sim como compacto duplo. Talvez por isso, ele não seja muito pelo público em geral e até por aqueles que conhecem o trabalho da banda.

    Diferente do que se viu a partir do Acabou Chorare, nesse disco vemos os Novos Baianos mais puxados para o rock, mas também com suas pitadas de bahianidade, temos ainda oportunidade de ouvir Moraes Moreira tocando flauta e acordeon (nas músicas "Caminho de Pedro" e "Risque"), bem como a participação da banda Os Leif's (que mais tarde daria origem à banda A Cor do Som), do qual faziam parte os irmãos Pepeu e Jorginho Gomes, que futuramente entrariam definitivamente para os Novos Baianos.

    Há muito o que se falar sobre esse compacto, mas nada melhor que ouvi-lo. 18mb só, baixa num instante.



    1 - Dê Um Rolê
    2 - Você Me Dá Um Disco?
    3 - Caminho De Pedro
    4 - Risque





















    Amostra grátis:


    quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

    Alceu Valença - 1976 - Vivo!






    Pra começar, um álbum histórico do Alceu. Digo histórico tanto por ser um registro ao vivo de sua fase mais brilhante e com toda sua fúria e loucura no palco, como também por ser, junto com o Paêbiru, o representante de um movimento que foi denominado "udigrudi", desorganizado no Recife dos anos 70, composto pelos malucos que fizeram parte de bandas como Ave Sangria, Phetus, Flaviola e o Bando do Sol, Aratanha Azul, além das parcerias, álbuns solo etc.

    Da galera do udigrudi, tocam nesse show, como banda de apoio de Alceu, Zé Ramalho, Lula Côrtes, Agrício Noya, Israel Semente Proibida e Paulo Rafael, os três da Ave Sangria, Zé da Flauta e Dicinho.

    Não sou muito de descrever algo, ou não sei o quê. Há vários nomes citados, custa nada pesquisar, né?


    Então, voltando ao disco, pode baixar que é foda.



    1. Casamento da Raposa com o Rouxinol
    2. Descida da Ladeira
    3. Edipiana nº 1
    4. Você Pensa
    5. Punhal de Prata
    6. Pontos Cardeais
    7. Papagaio do Futuro
    8. Sol e Chuva

    Download


    Flauta: Zé da Flauta
    Guitarra:
    Paulo Lampião Rafael Ukulêle, Viola de 10 e 12
    Cordas: Zé Ramalho da Paraíba
    Bateria e Percussão: Israel Semente
    Percussão: Agrício Noya
    Baixo: Dicinho
    Viola e Violinha: Alceu Valença


    Gravado ao Vivo no Teatro Tereza Rachel durante a realização do show "Vou Danado Pra Catende" de Alceu Valença.

    Nas Faixas "Edipiana Nº 1" e "Papagaio do Futuro" Participação Especial de Zé Ramalho da Paraíba.


    Amostra grátis:

      Você Pensa

    domingo, 28 de novembro de 2010

    então...

    nunca tive muita paciência para blog. tinha um nas antiga, mas não durou muito. entretanto, a idéia de fazer um blog voltado para a música, seja através da postagem de álbuns ou com alguma outra coisa, sempre me foi interessante. criei coragem e talz, então é isso, tamos ae.